Alavancagem financeiraEm finanças, alavancagem (em inglês, leverage ou gearing) é um termo genérico que designa qualquer técnica utilizada para multiplicar a rentabilidade [1] através de endividamento. Resulta, portanto, da participação de recursos de terceiros na estrutura do capital da empresa. A organização se utiliza de ativos ou de recursos externos, tomados a um custo (taxa de juros) fixo, visando aumentar o lucro dos seus acionistas.[2] Formas comuns de conseguir alavancagem são: tomar empréstimos, comprar ativos fixos e usar derivativos.[3] Exemplos:
Há duas categorias distintas de alavancagem:
ObjetivoA alavancagem financeira tem como objetivo potencializar a rentabilidade dos capitais próprios e o lucro dos acionistas, sem que estes precisem investir recursos próprios adicionais. A alavancagem financeira funciona, portanto, como um multiplicador do capital próprio.[9] A alavancagem financeira corresponde à relação entre capital próprio e os créditos aplicados em uma dada operação. Segundo Gitman[10], alavancagem financeira é o uso de ativos ou recursos com encargos financeiros fixos para aumentar os efeitos de variações do lucro antes de juros e imposto de renda sobre o lucro por ação - isto é, para aumentar o retorno dos acionistas da empresa. Assim, a empresa usa recursos de terceiros (basicamente, empréstimos, debêntures, ações preferenciais, etc.) para maximizar os efeitos da variação do lucro operacional (LAJIR) sobre os lucros por ação. Maior alavancagem pode aumentar o retorno mas também significa aumento de riscoe eventual a exposição à insolvência. A decisão de usar a alavancagem financeira depende não apenas de uma expectativa de rentabilidade dos investimentos a serem realizados com recursos de empréstimos, mas também dos custos desse empréstimo. É necessário considerar a influência desse acréscimo de endividamento na estrutura financeira da empresa, bem como o risco financeiro envolvido, a curto, médio e longo prazos.[9] O endividamento pode se mostrar interessante se o custo do empréstimo for menor que o retorno que se espera obter com a aplicação dos recursos oriundos desse empréstimo. O estudo da alavancagem financeira ou operacional evidencia a importância relativa dos recursos de terceiros na estrutura de capital de uma empresa. Para isso analisa-se a taxa de retorno do capital próprio, considerando-se o custo dos capitais de terceiros, usados para alavancar as operações da empresa.[2] A alavancagem financeira será positiva para a empresa se os capitais de terceiros de longo prazo produzirem efeitos positivos sobre o patrimônio líquido, ou seja, se o retorno sobre o patrimônio líquido for superior ao retorno sobre o ativo. De nada adiantaria a uma empresa captar recursos a longo prazo se, após essa captação, o retorno sobre o patrimônio líquido recuasse à posição anterior à captação. Alavancagem financeira e riscoO grau de alavancagem financeira (GAF) de uma empresa é um importante indicador do grau do risco a que empresa está submetida. Se existe capital de terceiros de longo prazo na estrutura de capital, a empresa estará "alavancada", ou seja, corre risco financeiro. O GAF evidencia os efeitos das variações ocorridas no lucro antes dos juros e do imposto de renda (LAJIR) que se refletem no lucro líquido.[2] Pode ser calculado com o uso das seguintes fórmulas: GAF = Variação % no Lucro Líquido / Variação % no LAJIR = ∆LL / ∆LAJIR ou GAF = LAJIR / LAJIR – Despesas Financeiras = LAJIR / LAIR sendo LAIR=lucro depois dos juros e antes do imposto de renda
GAF = RPL/RAT sendo
Se GAF = 1,0, a alavancagem financeira será considerada nula. Nesse caso, não há despesas financeiras, ou seja, não há capital de terceiros (que são, geralmente, instituições financeiras) na estrutura de capital. O risco financeiro é baixo . Se GAF > 1,0 a alavancagem financeira será considerada favorável: o retorno sobre o Ativo Total (conjunto de bens e direitos da empresa, expressos em moeda) será razoavelmente maior que a remuneração paga ao capital de terceiros (a título de juros e comissões). Se GAF < 1,0 a alavancagem financeira será considerada desfavorável, pois os recursos de terceiros tiveram um custo maior do que o ROI e, neste caso, estão prejudicando a empresa. Nesse caso, há risco financeiro. Se o RPL é menor do que o RAT, isto significa que o capital de terceiros está consumindo parte do patrimônio líquido. Mesmo se o Ativo Total gerar um retorno, parte desse retorno estará sendo financiada por capital de terceiros - o qual é, neste caso, remunerado a uma taxa superior à taxa de retorno sobre o Ativo Total. Diz-se então que o capital de terceiros está exercendo alavancagem negativa.[8][13] Referências
Ver também
|