Ain't I a Woman? (livro)
Ain't I a Woman? Black Women and Feminism é um livro de 1981 de bell hooks. O título é uma referência ao discurso "Ain't I a Woman?" de Sojourner Truth. A autora examina o efeito do racismo e do sexismo nas mulheres negras, no movimento pelos direitos civis e nos movimentos feministas desde o início do sufrágio feminino até a década de 1970. Ela argumenta que a convergência de sexismo e racismo durante a escravidão contribuiu para que as mulheres negras tivessem o status mais baixo e as piores condições de qualquer grupo da sociedade estadunidense. As abolicionistas e sufragistas brancas geralmente ficavam mais à vontade com os abolicionistas negros, como Frederick Douglass, enquanto as mulheres negras eram mal recebidas, num contexto em que se mantinham estereótipos que as associavam à promiscuidade e imoralidade.[1] Além disso, ela argumenta que os estereótipos estabelecidos durante a escravidão ainda afetam as mulheres negras hoje. Ela argumentou que a escravidão permitia à sociedade branca estereotipar as mulheres brancas como a deusa virgem pura e mover as mulheres negras para o estereótipo de prostituta sedutora, anteriormente colado a todas as mulheres, o que justificava a desvalorização da feminilidade negra e o estupro de mulheres negras. O trabalho que as mulheres negras foram forçadas a realizar, na escravidão ou locais de trabalho discriminatório, foi usado contra as mulheres negras como prova de seu comportamento inadequado. Hooks argumenta que o nacionalismo negro foi em grande parte um movimento patriarcal e misógino, buscando superar as divisões raciais fortalecendo as sexistas, e que prontamente se apegou à ideia da matriarca negra proposta por Daniel Patrick Moynihan, cujas teorias bell hooks frequentemente critica.[2][1] RecepçãoDesde a sua publicação, Ain't I a Woman foi aclamado pela crítica como inovador no estudo da teoria feminista por discutir a correlação entre a história de opressão que as mulheres negras enfrentaram nos Estados Unidos e seus efeitos prolongados na sociedade estadunidense moderna.[3] Ain't I a Woman é elogiado por abordar a interseção de raça e gênero que marginaliza as mulheres negras.[4] A escrita de hooks também abriu as portas para outras mulheres negras escreverem e teorizarem sobre tópicos semelhantes.[5] O trabalho gerou algumas críticas por supostamente ser "a-histórico, não acadêmico (houve muitas reclamações sobre a ausência de notas de rodapé) e homofóbico".[6] A autora não fornece uma bibliografia para nenhum de seus trabalhos, tornando difícil encontrar as informações de publicação para as obras listadas na seção "notas" de seu trabalho.[7] Em "Theory as Liberatory Practice", hooks explica que sua falta de formato acadêmico convencional foi "motivada pelo desejo de ser inclusiva, de alcançar o maior número possível de leitores em tantos locais diferentes quanto possível".[8] Ver tambémReferências
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