Ademir Braz
José Ademir Braz da Silva, também conhecido pelo epíteto literário Pagão (Marabá, 7 de setembro de 1947 — Marabá, 5 de julho de 2022), foi um escritor, jornalista, advogado e militante brasileiro dos direitos humanos. Sua escrita focava nos gêneros de poesia, conto e crônica. BiografiaVida acadêmica e profissionalAdemir Braz nasceu em 1947[1] na cidade de Marabá, filho de Ana Braz e Valdemar da Silva — ela cametaense lavadeira de roupas; ele belenense castanheiro e garimpeiro.[2] Foi futebolista amador durante sua juventude. Em 1972 mudou-se para Belém para trabalhar como jornalista no periódico A Província do Pará,[2] em seguida empregando-se também na Gazeta Mercantil do Pará.[3] Entre 1974 e 1976 trabalhou como correspondente para o jornal O Estado de São Paulo.[2] Durante as décadas de 1980, 1990 e parte da década de 2000 trabalhou como jornalista para os veículos O Marabá,[3] Jornal de Vanguarda,[3] Opinião[2] e Correio do Tocantins,[2] sendo, posteriormente, colunista neste último jornal (seu último emprego como jornalista). Foi ainda, neste ínterim, jornalista da TV Liberal em Marabá.[3] Foi servidor público das prefeituras de Marabá e de São João do Araguaia, além da Assembleia Legislativa do Pará.[3] Enquanto jornalista opositor da ditadura militar recebeu ameaças de morte.[4] Antes de falecer mantinha o blog Quaradouro.[5] Em 2000 Ademir Braz graduou-se em direito pela Universidade Federal do Pará (UFPA), na primeira turma deste curso que atualmente está na alçada da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa).[6] Como advogado e ativista de direitos humanos, tornou-se defensor popular em causas ambientais,[2] culturais[2] e de reforma agrária[7] na região sudeste paraense.[2] Carreira como escritorSua escrita iniciou-se nas décadas de 1960 e 1970, com a publicação de seus primeiros poemas em jornais e boletins marabaenses, inicialmente retratanto sua perspectiva de uma vida interiorana.[8] Ao trabalhar com o jornalismo, a partir de 1972, sua escrita chama atenção, mas o reconhecimento como escritor somente veio em 1980/1981 com a publicação da trilogia poética "Esta terra", pela Editora Neo-Gráfica, edição rapidamente esgotada.[5] Sua segunda obra "Antologia Tocantina" foi publicada em 1998 pela Fundação Casa da Cultura de Marabá.[5] Este trabalho foi uma pesquisa de 8 anos sobre a poesia produzida em Marabá desde 1917.[5] Em seguida, em 2003, publicou o livro "Rebanho de pedras"[5] no bojo do Projeto Usimar Cultural. Sua última obra em forma de livro foi "A Bela dos Moinhos Azuis" (2015).[6] Ganhou reconhecimento nacional sendo premiado com Medalha de Ouro no III Concurso Nacional de Poesias. Além disso, seus contos foram publicados no III e V Concursos de Contos da Região Norte.[6] Ademir Braz foi membro da Academia de Letras do Sul e Sudeste Paraense (ALSSP),[5] ocupando a cadeira nº 7. ObrasSeu domínio das palavras, ora classificado como de muita doçura e lirismo, ora como de fel e verve, renderam-lhe o epíteto de "Pagão".[9] O jornalista Hiroshi Bogéa definia assim a escrita de Ademir Braz:[8]
As crônicas, poemas e contos de Ademir Braz são:[3]
Vida pessoalNos meses que antecederam sua morte, Ademir Braz passou a ser acolhido pelo Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) de Marabá dado o estado de degradação de sua residência e a falta de recursos para a reformar, bem como uma piora em sua saúde.[8] Em maio de 2022 Ademir Braz passou a ser acolhido no Centro Integrado da Pessoa Idosa (CIPIAR) de Marabá.[10] Teve dois filhos, Ana de Luanda e Giordano Bruno,[5] com sua ex-companheira Maria Elena, que lhe dava suporte em seus últimos dias.[8] MorteNo dia 4 de julho de 2022 sofreu duas paradas cardiorrespiratórias e foi levado com urgência de seu abrigo no CIPIAR para o Hospital Municipal de Marabá.[10] Em 5 de julho de 2022, após uma nova parada cardiorrespiratória, morreu por volta de 9h30 da manhã.[10] Ver tambémReferências
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