Accademia Nazionale di Santa Cecilia

Accademia Nazionale di Santa Cecilia
Accademia Nazionale di Santa Cecilia
Entrada da Accademia di Santa Cecilia, em Roma, na via Vittoria 6 (Campo Marzio).
Fundação 1585; há 438 anos
Tipo de instituição Fundação de direito privado (desde 1998)
Localização Roma, Lazio, Itália Itália
Presidente Michele dall'Ongaro
Diretor(a) Sir Antonio Pappano
Campi I. Auditorium Parco della Musica
II. Via Vittoria 6
Página oficial santacecilia.it

A Accademia Nazionale di Santa Cecilia ("Academia Nacional de Santa Cecília") é uma academia e escola de música italiana, uma das instituições musicais mais antigas de todo o mundo.

História

Sedeada no Auditório Parco della Musica em Roma, a Accademia Nazionale di Santa Cecilia foi fundada em 1585, pela bula papal Ratione congruit do Papa Sisto V, invocando o nome de dois santos proeminentes da história da música ocidental: São Gregório, que emprestou o nome ao canto gregoriano, e Santa Cecília, a padroeira da música. Inicialmente fundada como uma congregação religiosa destinada aos músicos e compositores de Roma, a Accademia evoluiu ao longo dos séculos para se transformar numa academia aclamada internacionalmente (com 100 músicos reconhecidos formando o corpo académico) e num conservatório de música dispondo de um coro e uma orquestra sinfónica (Orchestra dell'Accademia Nazionale di Santa Cecilia).

A primeira sede da Congregação, no período de 1585 a 1622, foi a igreja de Santa Maria ad Martires, mais conhecida como Panteão. Sucessivas mudanças levaram-na para a igreja de San Paolino alla Colonna (1622-52), Santa Cecilia in Trastevere (1652-61), San Nicola dei Cesarini (1661-1663), Santa Maria Maddalena (1663-85), e, finalmente, San Carlo ai Catinari em 1685.

Durante o primeiro século da sua existência, a Congregação foi o local de trabalho de um grande número de proeminentes compositores da época, como Giovanni Pierluigi da Palestrina. Neste período, a instituição esteve por vezes envolvida em forte rivalidade com outra importante organização musical, o Coro da Capela Sistina, sobre o direito de controlar o acesso à profissão de músico, de formar músicos e de publicar música. Esta rivalidade nunca foi resolvida, tendo-se prolongado por todo o período de existência dos Estados Pontifícios, até 1870, quando o chamado poder temporal da Igreja foi extinto por uma intervenção militar do novo estado-nação italiano.

O início do século XVIII foi particularmente brilhante para a história da Accademia. Entre os nomes a ela associados contavam-se Arcangelo Corelli, or irmãos Alessandro e Domenico Scarlatti, e Niccolò Jommelli. Em 1716, o Papa Inocêncio XI decretou que todos os músicos exercendo a sua profissão em Roma deveriam tornar-se membros da Congregação.

Durante o período das Guerras Napoleónicas a Accademia suspendeu a sua actividade, tendo reaberto apenas em 1822, alguns anos após a restauração da Casa de Bourbon pelo Congresso de Viena. Os anos que medearam entre a reabertura e o fim dos Estados Pontifícios, em 1870, foram de grande mudança. A organização abriu-se a categorias de arte até aí excluídas, como a dança, a poesia, a história da música, e a novas profissões, como manufactura de instrumentos musicais e editores de música. Em 1838, a Congregação de Santa Cecília recebeu a designação oficial de "Academia", e posteriormente de "Academia Papal". A lista de membros activos e membros honorários da Academia nesta fase é formidável, e incluía Luigi Cherubini, Mercadante, Donizetti, Rossini, Paganini, Daniel Auber, Liszt, Mendelssohn, Berlioz, Gounod e Meyerbeer, bem como algumas cabeças coroadas da Europa, como a Rainha Vitória.

Após a unificação de Itália, a Accademia restabeleceu-se com a formação de um coro e orquestra sinfónica, a partir de 1895. Deixou de ser apenas um Liceu - uma escola musical - para passar a ser um conservatório completo, a que se associam a Escola Dramática “Eleonora Duse” e um centro dedicado ao cinema experimental. A inovação mais recentemente introduzida foi a digitalização e catalogação do seu vasto arquivo musical, incluindo uma importante colecção de etnomusicologia, que passou a ser possível consultar on-line na nova biblioteca multimedia.

Actualmente, a Accademia dispõe também de um museu de instrumentos musicais (o MUSA).

Ver também

Ligações externas