Aberlemnia

Aberlemnia é um gênero extinto de vegetais do Devoniano Inferior (cerca de 420 à 390 milhões de anos atrás) que era consistido por caules sem folhas com órgãos terminais formadores de esporos (esporângios). Os espécimes fossilizados encontrados na Escócia foram inicialmente descritos como Cooksonia caledonica.[1] Uma revisão posterior, que incluiu fósseis novos e mais completos encontrados no Brasil, concluiu que os espécimes não se enquadravam na circunscrição do gênero Cooksonia, consequentemente, o gênero Aberlemnia foi proposto.[2]


Como ler uma infocaixa de taxonomiaAberlemnia
Ocorrência: Devoniano Inferior
Estado de conservação
Extinta (fóssil)
Classificação científica
Reino: Plantae
Clado: Streptophyta
Clado: Embryophyta
Clado: Polysporangiophyta
Clado: Tracheophyta
Género: Aberlemnia
Gonez & Gerrienne (2010)[1]
Espécie-tipo
Aberlemnia caledonica
Gonez & Gerrienne (2010)
Espécies

Filogenia

Gonez e Gerrienne consideram que Cooksonia é o gênero mais basal das licófitas, enquanto o gênero Aberlemnia se divergiu posteriormente e é mais derivado. Consistente com esta posição, o gênero possui uma combinação de características herdadas ou plesiomorfias, como ramificação dicotômica e esporângios terminais, com características mais avançadas, como esporângios bivalves, que são característicos das licófitas.[3] Um estudo cladístico no qual incluíram as duas espécies mais bem caracterizadas de Cooksonia, que são Cooksonia paranensis e Cooksonia pertonii, juntamente com Aberlemnia caledonica (ainda chamada de Cooksonia caledonica) produziu o seguinte cladograma:[4]

Cooksonia paranensis

Cooksonia pertonii

Sartilmania, Uskiella, Yunia

Renalia

Aberlemnia caledonica 

lycopodiophyta

zosterophyllopsida

lycopodiopsida

Taxonomia

Os espécimes foram atribuídos pela primeira vez a Cooksonia caledonica por Edwards em 1970.[2] De acordo com uma revisão do gênero Cooksonia por Gonez e Gerrienne, o esporângio da espécie-tipo (Cooksonia pertoni) é formado por um alargamento da extremidade de um caule. Na maturidade, o esporângio era coberto por um disco achatado (um opérculo) e liberava seus esporos quando este se rompia.[1] Os esporângios de Cooksonia caledonica são bem diferentes. Nenhum gênero existente foi considerado para cobrir a morfologia precisa desta planta, de modo que o gênero Aberlemnia foi proposto. O nome é baseado no local onde foram encontrados os primeiros fósseis, em Aberlemno, na Escócia.[1]

Em 2013, Hao and Xue classificaram Aberlemnia dentro do clado Rhyniophyta, no subgrupo que eles chamaram de renalioids (em inglês), junto com os gêneros Renalia e Hsua.[5]

Descrição

Os fósseis que fizeram o gênero ser descrito pela primeira vez foram encontrados na pedreira de Aberlemno, na Escócia. Outros fósseis que foram atribuídos a espécie Aberlemnia caledonica foram encontrados no País de Gales, no Brasil e possivelmente na Bolívia. Os espécimes eram consistidos de caules lisos e sem folhas (eixos) de até 1,4 milímetros de largura, diminuindo em largura a cada ramificação. Os espécimes ramificavam-se até cinco vezes, em ângulos entre 25 e 55°, principalmente de forma dicotômica, embora os espécimes encontrados no Brasil apresentassem algumas tricotomias. Órgãos formadores de esporos ou esporângios nasciam nas extremidades dos caules. Os esporângios individuais variavam em forma. Os menores tinham contorno mais ou menos circular, os maiores tinham formato de rim (reniformes), de 2 milímetros de altura e 3 milímetros de largura. A diferença na forma é interpretada como sendo devida ao crescimento e maturação. Para liberar seus esporos, os esporângios se dividiam em duas válvulas ao longo da borda oposta à haste na qual estavam fixados (ou seja, distalmente).[1]

Ver também

Referências

  1. a b c d e f Gonez, P.; Gerrienne, P. (2010a), «A New Definition and a Lectotypification of the Genus Cooksonia Lang 1937», International Journal of Plant Sciences, 171 (2): 199–215, doi:10.1086/648988  Verifique o valor de |name-list-format=amp (ajuda)
  2. a b Edwards, D. (1970), «Fertile Rhyniophytina from the Lower Devonian of Britain» (PDF), Palaeontology, 13 (45): 1, consultado em 16 de março de 2011, cópia arquivada (PDF) em 27 de julho de 2011 
  3. Gonez, P.; Gerrienne, P. (2010b), «Aberlemnia caledonica gen. et comb. nov., a new name for Cooksonia caledonica Edwards 1970», Review of Palaeobotany and Palynology, 163 (1–2): 64–72, doi:10.1016/j.revpalbo.2010.09.005  Verifique o valor de |name-list-format=amp (ajuda)
  4. Gonez & Gerrienne 2010a; redrawn from fig. 13, p. 213
  5. Hao, Shougang; Xue, Jinzhuang (2013), The early Devonian Posongchong flora of Yunnan: a contribution to an understanding of the evolution and early diversification of vascular plants, ISBN 978-7-03-036616-0, Beijing: Science Press, p. 329, consultado em 25 de outubro de 2019  Verifique o valor de |name-list-format=amp (ajuda)