10.º Batalhão de Infantaria Leve - Montanha
O 10.º Batalhão de Infantaria Leve - Montanha (10º BIL Mth) é uma unidade do Exército Brasileiro sediada em Juiz de Fora, Minas Gerais e subordinada à 4.ª Brigada de Infantaria Leve de Montanha. HistóriaO batalhão é a quinta organização militar mais antiga do Exército,[2] traçando sua ancestralidade à Companhia de Dragões, criada em 17 de janeiro de 1749 em São Paulo, levada a Cuiabá em 1751 e absorvida pela “Infantaria da Legião do Mato Grosso” em 1818. Assim participou da pacificação dos índios Guaicurus e da Guerra do Paraguai. Tornou-se “19.º Batalhão de Infantaria Ligeira” e foi estacionado em vários pontos do Sul.[3][4] As Normas para a preservação das tradições das Organizações Militares do Exército Brasileiro consideram a denominação histórica do batalhão como o 23º Batalhão de Infantaria,[1] criado no Rio de Janeiro em 1888. Na reorganização militar da República Velha, Suas primeiras três companhias, organizadas como o “52.º Batalhão de Caçadores” em 1908, chegaram a Juiz de Fora em 1919 para formar o primeiro batalhão do “10.º Regimento de Infantaria”.[5] O segundo batalhão veio do 57.º Batalhão de Caçadores.[6] Nas revoluções de 1924, 1930 e 1932 o regimento foi legalista. Na primeira, enfrentou revoltosos tenentistas na cidade de São Paulo e mais tarde no oeste do Paraná.[7] Em 1930, defendeu sua própria cidade dos revolucionários da Força Pública de Minas Gerais. Os pedidos de reforços não foram atendidos. Os combates avançaram, posição por posição, até o próprio quartel do regimento, que só se rendeu quando o próprio governo federal foi destituído no Rio de Janeiro.[8][9] Esse foi um dos períodos mais longos de combate em Minas Gerais na revolução, possivelmente pelo equilíbrio das forças em operação.[10] Em 1932 o regimento combateu os paulistas na serra da Mantiqueira.[11] De 1932 a 1955 ele esteve em Belo Horizonte, trocando de lugar com o 12.º Regimento que até então servia na capital mineira.[6] Em 1960 o 10.º, como era comum entre os regimentos, tinha apenas um de seus três batalhões previstos.[12] No golpe de Estado de 1964, tornou-se peça-chave da Operação Popeye, a ofensiva a partir de Juiz de Fora contra o governo no Rio de Janeiro. À época era comandado pelo coronel Clóvis Galvão da Silveira, enquanto o único batalhão era do major Hindemburgo Coelho de Araújo. Clóvis recusou-se a mover o regimento contra o ministro da Guerra e foi substituído pelo tenente-coronel Everaldo José da Silva, do Estado-Maior regional. A 2ª Companhia de Fuzileiros foi o primeiro deslocamento de tropas, ainda na manhã de 31 de março, seguida do restante do regimento.[13][14] Essa companhia permaneceu como vanguarda do “Destacamento Tiradentes” no dia seguinte.[15] Na ditadura militar, o quartel do regimento recebeu prisioneiros políticos, incluindo integrantes da Guerrilha do Caparaó.[16] Com o fim dos Regimentos de Infantaria nos anos 1970,[12] em 1972 o regimento foi extinto e seu primeiro batalhão foi chamado simplesmente de “10º Batalhão de Infantaria”.[17][18] Na atualidadeEm 2005 o 10º BI contava com 33 oficiais, 160 subtenentes e sargentos e 450 cabos e soldados organizados em duas companhias de fuzileiros e uma companhia de comando e apoio.[17] Sua denominação passou a “10º Batalhão de Infantaria Leve” em 2014 e “10º Batalhão de Infantaria Leve - Montanha” em 2019, especializando-se nas operações em ambiente de montanha como o restante de sua brigada, a 4.ª de Infantaria Leve de Montanha.[19][20] O batalhão contribuiu com as forças empregadas na intervenção federal no Rio de Janeiro em 2018.[21] A sede abriga um museu, o Espaço Cultural Marechal Guilherme Xavier de Souza.[3] Referências
|