No campo da astronáutica, uma órbita de espera, é uma órbita temporária na qual um satélite, uma sonda ou uma
espaçonave são inseridos, e ficam em estado de "espera" até que, no momento oportuno, sejam acionados motores que vão direcioná-los ao objetivo
final, em geral um outro planeta.
No caso, o veículo lançador coloca a sonda ou espaçonave (geralmente junto com o último estágio) em órbita, esse conjunto fica flutuando por um tempo, enquanto
pequenos ajustes na trajetória são efetuados. Num determinado momento especificamente calculado, o motor do último estágio do foguete lançador ou da própria sonda
ou espaçonave, é acionado, impulsionando-a para a trajetória pretendida.
O processo de usar uma "órbita de espera" é oposto ao processo chamado "injeção direta", onde a sonda ou espaçonave é colocada na sua trajetória final, num
processo contínuo de impulsão do veículo lançador.
Justificativa de uso
Existem vários motivos pelos quais uma órbita de espera pode ser usada.
Ela pode aumentar para algumas horas a "janela de lançamento", para missões interplanetárias. Essa "janela", fica reduzida a alguns segundos ou minutos, caso ela não seja usada.[1][2]
Em missões interplanetárias ou orbitais (diferentes de LEO), a última impulsão deve ser executada quando a sonda, espaçonave ou satélite estiver no hemisfério Sul, por exemplo.
Para missões de órbitas geoestacionárias, o local correto para a última impulsão, é próximo ao equador. Nesses casos, o foguete é lançado, coloca a carga útil numa órbita de espera, flutua por um tempo até que esteja sobre o equador, e então aciona o motor novamente para entrar na órbita de transferência desejada.[3]
Nas missões tripuladas para a Lua, a órbita de espera, permitia verificações nos sistemas de bordo ainda próximo a Terra, antes de partir para a missão lunar.[2]
Ela é necessária se a órbita desejada, possui um perigeu muito alto. Nesse caso, o veículo é colocado numa órbita de espera elíptica, flutua por um tempo, até atingir o ponto mais alto da elipse, quando é impulsionado mais uma vez, para atingir o perigeu desejado.
A figura ilustra as duas primeiras justificativas.
Desvantagens
A desvantagem mais clara na órbita de espera, é que o último estágio do foguete precisa flutuar por um tempo e ser acionado novamente em condições de microgravidade.
Além disso, a duração dos dois acionamentos (o de injeção em órbita e o final), depende de "onde", na janela de lançamento, ele deve ocorrer para que o destino final
seja atingido.