Filho de Gonçalo Vasques Coutinho, que fora nomeado Marechal do reino em 1389, o Magriço, jovem de estirpe fidalga, foi educado na corte de D. João I, sendo aí inequivocamente referenciado nos anos 1405-1406. Porém, por razões desconhecidas, terá caído em desgraça, vendo-se forçado a emigrar para o ducado da Borgonha, onde serviu João Sem Medo, na altura envolvido na guerra dos cem anos. E tão bem o serviu, que não só foi feito fez escudeiro da corte como recebeu, em mais de uma ocasião, pagamentos em numerário. É, porém, de justiça assinalar-se que, durante a sua permanência na Borgonha, Gonçalo Coutinho prestou bons serviços a D. João I, "negociando um conjunto de prerrogativas de mercês e privilégios para os mercadores e marinheiros portugueses". Desgraçadamente, os serviços ao duque não terminaram da melhor forma: em 1419, o Magriço foi espoliado dos seus bens e aprisionado na fortaleza de Carcassonne. Pouco mais se sabe dele, para além do seu regresso a Portugal ainda nesse ano, tão necessitado de dinheiro como quando partira, dez anos antes. A derradeira referência documentada coloca-o, em 1425, na cidade do Porto, litigando com o concelho da cidade a posse da Quinta de Vale de Amores. [3]
Dados Genealógicos
Filho de:
Gonçalo Vasques Coutinho, senhor de Leomil, marechal do Reino, alcaide-mor de Trancoso e Lamego e copeiro-mor da rainha D. Filipa de Lancaster;
Leonor Gonçalves de Azevedo, filha de Gonçalo Vasques de Azevedo, senhor de Lourinhã, e de Inez Afonso, Dama da rainha D. Leonor Teles.
↑ FONSECA, João Ferreira da, Álvaro Gonçalves Coutinho, o Magriço. o cavaleiro e o seu tempo, Quartzo Editora/Câmara Municipal de Penedono, Viseu, 2013. ISBN 978-989-97003-7-6