Sade ibne Abi Uacas
Sade ibne Abi Uacas (em árabe: سعد بن أبي وقاص; romaniz.: Sa`d ibn Abī Waqqās; Meca, n. entre 591 e 600 — m. entre 664 e 675) foi um dos primeiros convertidos ao Islão e um dos mais companheiros mais proeminentes de Maomé (Sahaba). Foi a décima sétima pessoa a converter-se ao Islão quando tinha dezassete anos, em 610 ou 611. É conhecido sobretudo por ter comandado a conquista muçulmana da Pérsia em 636, ter sido governador daquele território, e pelas suas estadias diplomáticas na China em 616 e 651. BiografiaNasceu em Meca em 595, no clã dos Banu Zurá da tribo dos Coraixitas. Era primo de Amina binte Uabe, mãe de Maomé.[1]
Batalhas com MaoméEm 614 os muçulmanos estavam a caminho das montanhas de Meca para orarem com Maomé quando um grupo de politeístas se pôs a observá-los. Entretanto começaram a abusar e a brigar com eles. Sade bateu num politeísta e derramou o seu sangue, sendo por isso, alegadamente, o primeiro muçulmano a derramar sangue em nome do Islão.[1] Combateu na batalha de Badr (13 de março de 624) com o seu irmão mais novo Omeir. Com pouco mais de dez anos, Omeir foi proibido de participar na batalha, mas depois de se debater e chorar, o Profeta deu-lhe autorização para lutar. Sade voltou para Medina sozinho, pois o seu irmão foi um dos catorze muçulmanos mortos na batalha. Na batalha de Uude (19 de março de 625), Sade foi escolhido como arqueiro juntamente com Zaíde, Saíbe (filho de Otomão ibne Mazum) e outros. Sade foi um dos que lutaram em defesa de Maomé após alguns muçulmanos terem abandonado as suas posições. Maomé elogiou-o como um dos melhores arqueiros daquele tempo. Durante a batalha, o Profeta juntou algumas setas para ele. Peregrinação da despedidaSade caiu durante a Peregrinação da Despedida (a única peregrinação a Meca feita por Maomé). Até então Sade só tinha tido uma filha.
Após a morte de MaoméDurante o califado de Omar comandou o exército do Califado Ortodoxo que combateu o Império Sassânida, nomeadamente nas batalhas de Cadésia (novembro de 636)[3], o Cerco de Ctesifonte (637) e de Niavende (642). Mais tarde foi nomeado governador de Cufa e Négede. Segundo alguns relatos, apesar de Omar o ter destituídos do cargo de governador, recomendou que o califa que lhe sucedesse restituísse o posto a Sade, pois ele não o tinha deposto devido a deslealdade. Sade foi uma das seis pessoas nomeadas por Omar para o terceiro califado. Depois de eleito califa, Otomão seguiu a recomendação de Omar e nomeou Sade como governador de Cufa. Segundo a tradição dos muçulmanos chineses, foi Sade quem introduziu o Islão na China em 650, durante o reinado do imperador Gaozong de Tangue,[4][5] mas não há quaisquer provas históricas de que ele tenha realmente visitado a China.[6] Durante o reinado do primeiro califa omíada Moáuia I (661–680), Sade é mencionado num dos hádices da tradição omíada de amaldiçoamento de Ali.[7] Foi o último a morrer dos dez companheiros de Maomé a quem este prometeu o paraíso, tendo vivido até 664 ou 675, com 84 anos segundo algumas fontes.[1] Notas e referências
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Bibliografia
Ligações externas
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