Paul B. Preciado
Paul B. Preciado (Burgos, 11 de setembro de 1970) é um filósofo, pensador do feminismo e escritor transgênero, cujas obras versam sobre assuntos teóricos como filosofia de gênero, teoria queer, arquitetura, identidade e pornografia.[1] Identificando-se anteriormente como mulher cisgênero lésbica, Preciado começou em 2014 uma transição de gênero lenta e, em janeiro de 2015, escolheu "Paul" como seu nome retificado.[2][3] Filmografia
BiografiaPreciado atingiu o doutorado em teoria da Arquitetura na Universidade de Princeton. Recebeu uma bolsa Fulbright e atingiu também mestrado em Filosofia Contemporânea e Teoria de Gênero na New School for Social Research de Nova York. Foi aluno de Ágnes Heller e Jacques Derrida. Viaja a Paris em 1999 graças a um convite de Derrida para participar dos seminários da École des hautes études en sciences sociales. Durante esse período colaborou com desenvolvimento inicial da teoria queer na França, especialmente com um grupo de escritores liderado por Guillaume Dustan conhecido como "Le Rayon Gay". Em seu livro de estreia, Manifesto contrassexual (2002), inspirado nas teses de Judith Butler, Donna Haraway e Michel Foucault, Preciado reflete sobre os modos de subjetivação e identidade, assim como sobre a construção social e política do sexo. Foi traduzido para diversas línguas, sendo atualmente leitura e referência indispensáveis em teoria queer. No manifesto, Preciado critica o conceito de "homossexualidade molecular" do filósofo Gilles Deleuze, associando-o a um suposto desinteresse de Deleuze em adentrar aos debates produzidos em torno da identidade: "a homossexualidade não é para Deleuze nem identidade nem essência: nenhuma bicha jamais poderá dizer com certeza 'eu sou bicha'".[4] Logo após o surgimento do Manifesto contrassexual, o livro Testo Junkie é publicado em 2008,[5] no qual Preciado analisa o que ele chama de regime ou era farmacopornográfica, isto é, a indústria farmacêutica, o capitalismo tardio e a pornografia adquirem e desempenham um papel crucial. Os capítulos dedicados a este tema se complementam com elementos autobiográficos em que o filósofo descreve o processo de autoadministração de testosterona. Sobre Testo Junkie, Preciado disse: "Este livro trata de uma auto-ficção; em contrapartida, trata-se de uma intoxicação voluntária à base de testosterona sintética. É um ensaio corporal".[6] Em 2019, com o objetivo de abordar o diálogo entre as obras de Preciado e outros textos filosóficos, o Centro Acadêmico de Filosofia da Universidade Estadual do Piauí (UESPI) promoveu a palestra de teoria queer "A filosofia modo superior de dar o cu: Ressonâncias entre a Teoria Queer e a Atividade Filosófica", que foi alvo de críticas.[7] ObraLivros e ensaios
Colaborações em livros coletivos
Referências
Ligações externas |