I-Juca-PiramaI-Juca-Pirama é um poema Indianista brasileiro escrito pelo poeta Gonçalves Dias. Publicado em 1851 nos Últimos Cantos,[1] está escrito em versos pentassilábicos, decassilábicos e endecassilábicos, e dividido em dez cantos. É um dos mais famosos poemas Indianistas do Romantismo Brasileiro. Considerado por muitos a obra-prima do poeta maranhense, o poema possui 484 versos. EtimologiaI-Juca-Pirama é um termo do tupi. Gonçalves Dias grafou Y-Juca-Pyrama.
Barbora e Navarro traduzem i-îuká-Pyr-ama, apenas por "O que será morto".[9][10] Em termos gerais, pode também significar aquele que deve ser morto. EnredoO poema relata a história de um guerreiro tupi sobrevivente e fugitivo da destruição na costa que cai aprisionado por uma tribo antropófaga dos Timbiras e que deve ser sacrificado conforme o rito. Antes dos sacrifícios o chefe Timbira propõe que aquele que vai ser morto deve cantar as suas façanhas para que os bravos Timbiras tenham maior gosto em sacrificá-lo; e assim inicia o seu canto: Meu canto de morte, Entretanto, a cena que se segue é um pedido de clemência em virtude de ser o último sobrevivente da sua tribo e ter ainda a responsabilidade de cuidar do velho pai, velho e cego. Depois do seu canto os Timbiras não querem mais sacrificá-lo e então o jovem parte triste com à recusa, entretanto quando chega junto do velho pai, este percebe que o filho está com cheiro da tinta com que este está ungido para efeitos de sacrifício, então ambos travam uma conversa porque o velho pai, interessado na bravura do filho, quer saber como fugiu à massa. Quando descobre que o filho não terminou o ritual nem tampouco matou os seus agressores decide que devem ir à tribo terminar o ritual. Entretanto, ao chegarem na tribo Timbira o velho tupi descobre o engodo, que o filho em verdade havia chorado em presença da morte[11] e então o pai amaldiçoa o filho: Tu choraste em presença da morte? O pai pragueja uma sequencia de desgraças para o filho, que manchara a honra e o nome na raça tupi. O filho, não podendo suportar o ódio do pai, se enche de valentia e num súbito ato, declara ataque a toda a tribo Timbira. O cego reconhece o brado do filho, e ouvindo os barulhos da que se formou entendeu que o filho lutava com bravura. A confusão acabou quando o chefe Timbira gritou: "— Basta, guerreiro ilustre! Assaz lutaste, — E para o sacrifício é mister forças. — " (451-452). Ouvindo isso, o velho tupi caiu em choro copioso. Choro de alegria. O caso virou história contada nas noites por um velho Timbira. Adaptações
Em 1869, José Bernardino dos Santos publicou a peça Quadros da vida selvagem – Y-Juca Pirama, poesia de A. Gonçalves Dias.[12]
Em 2012, a editora Peirópolis publicou uma quadrinização, escrita e desenhada por Laerte Silvino.[13] Referências
Bibliografia
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