O haplogrupo I-M253, também conhecido como I1, é um haplogrupo do cromossoma Y. Os marcadores genéticos confirmados como identificadores de I-M253 são os SNPs M253,M307.2/P203.2, M450/S109, P30, P40, L64, L75, L80, L81, L118, L121/S62, L123, L124/S64, L 125/S65, L157.1, L186, e L187. Ele é o principal ramal do haplogrupo I-M170 (I*).
O haplogrupo I-M253 é o principal ramal do haplogrupo I* (I-M170), que esteve presente na Europa desde os tempos antigos. O principal ramal de I* é o I-M438, também conhecido como I2.
Antes da reclassificação, em 2008,[5] o grupo era conhecido como I1a, um nome que já tem sido reatribuído para um ramal primário, haplogrupo I-DF29. Os outros principais ramais de I1 (M253) são I1b (S249/Z131) e I1c (Y18119/Z17925).
Origem
De acordo com um estudo publicado em 2010, o I-M253 originou-se entre 3,170 e 5.000 anos atrás, no período Calcolítico na Europa.[6] Um novo estudo, em 2015, estimativa a origem entre 3,470 e 5,070 anos atrás, ou entre 3,180 e 3,760 anos atrás, usando duas técnicas diferentes.[7] sugere-se que se dispersara inicialmente desde a área que hoje é a Dinamarca.[8]
Um estudo de 2014, na Hungria, revelou restos de nove indivíduos da Cultura da Cerâmica Linear, um dos quais levava o SNP M253 que define o haplogrupo I1. Pensa-se desta cultura ter sido presente entre 6.500 e 7.500 anos atrás.[9]
Estrutura
I-M253 (M253, M307.2/P203.2, M450/S109, P30, P40, L64, L75, L80, L81, L118, L121/S62, L123, L124/S64, L 125/S65, L157.1, L186, e L187) ou I1[10]
I-DF29 (DF29/S438); I1a
I-CTS6364 (CTS6364/Z2336); I1a1
I-M227; I1a1a
I-L22 (L22/S142); I1a1b
I-P109; I1a1b1
I-L205 (L205.1/L939.1/S239.1); I1a1b2
I-Z74; I1a1b3
I-L300 (L300/S241); I1a1b4
I-L287
I-L258 (L258/S335)
I-L813
I-Z58 (S244/Z58); I1a2
I-Z59 (S246/Z59); I1a2a
I-Z60 (S337/Z60, S439/Z61, Z62); I1a2a1
I-Z140 (Z140, Z141)
I-L338
I-F2642 (F2642)
I-Z73
I-L1302
I-L573
I-L803
I-Z382; I1a2a2
I-Z138 (S296/Z138, Z139); I1a2b
I-Z2541
I-Z63 (S243/Z63); I1a3
I-BY151; I1a3a
I-L849.2; I1a3a1
I-BY351; I1a3a2
I-CTS10345
I-Y10994
I-Y7075
I-S2078
I-S2077
I-Y2245 (Y2245/PR683)
I-L1237
I-FGC9550
I-S10360
I-S15301
I-Y7234
I-BY62 (BY62); I1a3a3
I-Z131 (Z131/S249); I1b
I-CTS6397; I1b1
I-Z17943 (Y18119/Z17925, S2304/Z17937); I1c
Distribuição geográfica
I-M253 é encontrado na sua maior densidade no Norte da Europa e de outros países que sofreram intensa migração do Norte da Europa, bem no Período de Migração, bem na Era Viquingue ou bem em tempos modernos. Ele é encontrado em todos os lugares invadidos pelos antigos povos germânicos e os Víquingues.
Durante a era moderna, populações significativas do I-M253 também lançaram raízes nas nações de imigrantes de ex-colónias europeias, tais como os Estados Unidos, Austrália e Canadá.
Em 2002 foi publicado um artigo por Michael E. Weale e colegas mostrando evidência genética das diferenças entre as populações inglesa e galesa populações, incluindo um nível acentuadamente mais alto de haplogrupo I-ADN na Inglaterra do que no país de Gales. Eles viram isso como uma evidência convincente da invasão anglo-saxónica em massa do leste da Grã-Bretanha desde o Norte da Alemanha e a Dinamarca , durante o Período de Migração.[10] Os autores assumem que as populações com grandes proporções de haplogrupo I originaram-se a partir da Alemanha do norte ou sul da Escandinávia, nomeadamente a Dinamarca, e que os seus antepassados migraram através do Mar do Norte com migrações anglo-saxónicas e Víquingues dinamarqueses . A principal reivindicação dos pesquisadores foi:
que seria necessária a ocorrência naquela altura duma imigração anglo-saxónica afetando ao 50-100% do fundo genético dos homens da Inglaterra Central. Observamos, no entanto, que os nossos dados não nos permitem diferenciar um evento simplesmente adicionado ao fundo genético autóctone dos homens da Inglaterra Central doutro onde os homens autóctones foram deslocados algures ou onde os varões indígenas foram reduzidos em número ... Esse estudo mostra que a fronteira galesa era mais uma barreira genética para cromossoma Y anglo-saxão do que o fluxo de genes do que o Mar do Norte ... Estes resultados indicam que uma fronteira política pode ser mais importante que uma geofísica numa estruturação genética da população.
Em 2003, um artigo publicado por Christian Capelli e colegas apoiara, mas modificadas, as conclusões do Weale e colegas.[11] Esse papel, que apresentou amostras Grã-Bretanha e da Irlanda numa grade, encontrou uma menor diferença entre amostras galesas e inglesas , com uma diminuição gradual na frequência no haplogrupo I movendo-se em direção ao oeste no sul da Grã-Bretanha. Os resultados sugerem aos autores que os invasores víquingues noruegueses influenciaram fortemente a zona norte das Ilhas Britânicas, mas que todas as amostras inglesas e escocesas da Grã-Bretanha possuem influência alemã/dinamarquesa.
Membros proeminentes da I-M253
Alexander Hamilton, através da genealogia e o teste dos seus descendentes (supondo a real paternidade correspondente à sua genealogia), foi colocado dentro do haplogrupo Y-ADN I-M253.[12]
Birger Jarl, 'Duque da Suécia" da Casa dos Godos de Bjalbo, fundador de Estocolmo, cujos restos enterrados numa igreja testaram-se em 2002, e que se achou serem também I-M253.
↑Lappalainen, T.; Laitinen, V.; Salmela, E.; Andersen, P.; Huoponen, K.; Savontaus, M.-L.; Lahermo, P. (2008). «Migration Waves to the Baltic Sea Region». Annals of Human Genetics. 72 (3): 337–348. PMID18294359. doi:10.1111/j.1469-1809.2007.00429.x
↑Lappalainen, T.; Hannelius, U.; Salmela, E.; von Döbeln, U.; Lindgren, C. M.; Huoponen, K.; Savontaus, M.-L.; Kere, J.; Lahermo, P. (2009). «Population Structure in Contemporary Sweden: A Y-Chromosomal and Mitochondrial DNA Analysis». Annals of Human Genetics. 73 (1): 61–73. PMID19040656. doi:10.1111/j.1469-1809.2008.00487.x
↑Pedro Soares, Alessandro Achilli, Ornella Semino, William Davies, Vincent Macaulay, Hans-Jürgen Bandelt, Antonio Torroni, and Martin B. Richards, The Archaeogenetics of Europe, Current Biology, vol. 20 (February 23, 2010), R174–R183. yDNA Haplogroup I: Subclade I1, Family Tree DNA,
↑Peter A. Underhill et al., New Phylogenetic Relationships for Y-chromosome Haplogroup I: Reappraising its Phylogeography and Prehistory, in Rethinking the Human Revolution (2007), pp. 33-42.