Ernesto Sena de Oliveira
Ernesto Sena de Oliveira (Funchal, 30 de Abril de 1892 — Santa Cruz, Coimbra, 13 de Outubro de 1972) foi um sacerdote católico português, arcebispo titular de Mitilene, bispo de Lamego de 1944 a 1948 e bispo-conde de Coimbra e 25.º conde de Arganil de juro e herdade de 1948 a 1967. BiografiaErnesto Sena de Oliveira nasceu em Santa Luzia, no Funchal, a 30 de Abril de 1892, filho de Vicente de Oliveira, tanoeiro, e de sua mulher Maria Augusta Pereira, ambos naturais da freguesia do Monte. A família morava no Caminho do Monte.[1][2] Frequentou o seminário do Funchal de 1905 a 1908, continuando depois os estudos em Santarém. Em 1911 partiu para Roma, formando-se em Filosofia em 1914, e em Teologia em 1918, ambas na Universidade Gregoriana. A 23 de Dezembro de 1916, foi ordenado presbítero na Igreja de São João Latrão, da mesma cidade, celebrando a missa nova no dia de Natal do mesmo ano na Cripta dos Papas das catacumbas de São Calisto.[2] Entre 1918 e 1924 foi professor no seminário de Santarém, fixando residência em Lisboa no ano de 1924. Foi encarregado de prestar assistência eclesiástica e reger cursos de formação religiosa social junto de algumas associações e institutos católicos, como o Círculo Católico de Operários, a Liga da Acção Social Cristã, a Juventude Católica de Lisboa e o Corpo Nacional de Escutas, acumulando estas funções com as de professor do ensino livre.[2] Em 1926, foi nomeado beneficiado na Sé Patriarcal de Lisboa, tomando posse da paróquia da freguesia do Coração de Jesus da mesma cidade a 16 de agosto de 1928.[2] PrelaziasEm 1930, foi nomeado camareiro secreto do papa Pio XI. A 27 de Maio de 1931, foi eleito arcebispo titular de Mitilene e auxiliar do cardeal patriarca de Lisboa, sendo sagrado a 25 de Julho seguinte na Igreja de São Domingos,[2] juntamente com João da Silva Campos Neves,[3] por D. Manuel Gonçalves Cerejeira.[2] Entre 1931 e 1944 foi arcebispo de Mitilene, título concedido ao bispo-auxiliar que desempenha as funções de vigário-geral do Patriarcado de Lisboa.[4] Em Abril de 1932, durante a reunião plenária do episcopado português no Luso, foi incumbido de organizar a Acção Católica Portuguesa. cujas bases viriam a ser lançadas em Novembro de 1933.[2] Teve grande relevo na organização, constituição e divulgação da Acção Católica Portuguesa em todo o país,[5] exercendo os cargos de assistente geral, e sendo o seu primeiro Presidente da Junta Geral entre 1933 e 1941.[6] Em Março de 1948 deixou oficialmente os cargos de direcção da Acção Católica Portuguesa, devido às obrigações de vigário-geral e provisor do patriarcado.[2] A 17 de Junho de 1944 foi nomeado bispo residencial de Lamego, conservando pessoalmente o título de arcebispo, entrando solenemente na diocese a 22 de Outubro do mesmo ano. Enquanto bispo de Lamego, promoveu as celebrações do terceiro centenário da morte do bispo D. Miguel de Portugal, remodelou os serviços pedagógicos e disciplinares dos seminários, e promoveu a restauração e ampliação do Seminário de Resende, fundou a Obra das Vocações Sacerdotais, e reorganizou os serviços das confrarias eclesiásticas e da cúria diocesana, entre outras importantes iniciativas.[2] Entre 2 de Fevereiro de 1948 e 12 de Agosto de 1967 foi bispo de Coimbra,[4][7] entrando na diocese em Março de 1949, com o título de arcebispo-bispo-conde de Coimbra.[2] Em 1956 foi nomeado pelo papa Pio XII assistente ao sólio pontifício.[2] Morreu a 13 de Outubro de 1972, numa casa de saúde da freguesia de Santa Cruz, concelho de Coimbra, onde havia sido internado alguns dias antes.[1][2] HomenagensExistem arruamentos com o seu nome na freguesia de Santa Luzia, concelho do Funchal, de onde era natural[8] e em Coimbra, onde exerceu a sua última prelazia, e onde veio a morrer.[9]
Referências
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