Anzani 3-cilindros
O Anzani 3-cilindros, foi o mais conhecido dos motores produzidos por Alessandro Anzani entre 1905 e 1915. Um desse motores na configuração em leque equipava o Blériot XI com o qual Louis Blériot cruzou o Canal da Mancha em 1909, é considerado o mais antigo motor aeronáutico do Mundo.[1] Projeto e desenvolvimentoAlessandro Anzani começou a construir motores de motocicletas na França por volta de 1905. De forma pouco usual para a época, esses motores eram refrigerados à ar ao invés de água, o que os tornava mais leves. Os seus primeiros desenhos eram de 2 cilindros em "V", e ele levou máquinas usando esse motores a vencer corridas e estabelecer recordes em 1905 e 1906. No mesmo período, ele desenvolveu uma versão de três cilindros, mais potente. Esse motores tinham o cilindros dispostos de forma radial, mas apenas a parte superior do círculo, daí o termo "disposição em leque", ou "disposição semi-radial", e como as imagens mostram, eles se encaixavam perfeitamente na estrutura das motos. Nos idos de 1910, outros fabricantes já estavam construindo motores de 5 cilindros em leque, sendo o R.E.P., o mais conhecido deles. Motores de três cilindros em leque eram conhecidos também como: motores W ou motores W-3. O apelo da configuração em leque, era de que: como todos os cilindros estavam acima do bloco do motor, havia pouco perigo dos plugues das velas de ignição fossem contaminados pelo óleo lubrificante. A desvantagem, principalmente para uso aeronáutico, era o peso extra necessário para contrabalançar os pistões. Em resposta ao interesse crescente pela aviação na França depois da visita dos irmãos Wright em 1908, Anzani produziu o primeiro de uma série de motores aeronáuticos de 3 cilindros em leque. Cada um dos cilindros era uma peça única de ferro fundido e o carter era de alumínio.[2] Os pistões eram de aço com anéis de ferro fundido.[2] Na maior parte desse motores, os cilindros laterais estavam à 60° em relação ao central, de acordo com o que exibe um antigo diagrama.[3] Descrito como "motor de travessia do canal", o ângulo era de 55°. Eles eram todos refrigerados à ar de válvula lateral; cada válvula de exaustão era controlada de baixo por um eixo no cárter.[2] Cada um era montado numa célula na lateral do cilindro, com a válvula de admissão controlada automaticamente pela pressão atmosférica exercida num eixo com molas sobre ele, em parte para diminuir o volume total e em parte para resfriar a válvula de exaustão. Fontes mais recentes e de antes de 1921, concordam que os cilindros desses primeiros motores tinham entre 100 e 105 mm de diâmetro,[2][4][5] mas ciclos entre 120 e 150 mm são citados. A maioria relata a potência desses motores em cerca de 24 hp a cerca de 1.400–1.600 rpm. Foi um motor desse tipo que equipou o famoso Blériot XI com o qual Louis Blériot cruzou o Canal da Mancha em 25 de Julho de 1909. Fontes contemporâneas divergem sobre as suas características. A primeira descrição da primeira máquina bem sucedida em voo registra: cilindros de 100 x 105 mm, ou uma cilindrada total de 3,53 litros.[4] No entanto, poucos meses depois eles imprimiram os desenhos do motor a 55°,[3] onde constavam as dimensões de 103 x 120 mm, claramente identificado como "usado ... no voo que cruzou o canal". Se essa identificação estiver correta, Blériot usou um motor de 3,00 litros. Uma foto frontal do avião que cruzou o canal[6] também exibe um motor à 55°. Mesmo antes do voo sobre o canal, Anzani estava vendendo versões mais potentes com cilindros mais largos:[7] uma variante de 120 mm e 4,4 litros produzindo 35 hp e outra de 135 mm e 6,4 litros produzindo 45 hp. Esses motores em leque permaneceram em produção até 1913,[8] passando por importantes melhorias. A válvula de exaustão foi movida para a cabeça do cilindro e operada por pequenos braços e varetas, e uma câmara de mistura foi colocada no cárter. O motor Anzani de 3 cilindros em leque de 1913, tinha uma separação de 72°, presumivelmente para tornar o contrapeso dos cilindros mais leve. Nesse estágio ele tinha os coletores na parte traseira do motor para minimizar o fluxo de ar refrigerando a mistura ar-combustível. Motores radiais em "Y"Anzani estava consciente do custo do peso do contrapeso na configuração em leque, e em Dezembro de 1909 ele havia desenvolvido um motor radial simétrico de três cilindros a 120°. Um dos exemplares era uma unidade de 3,1 litros produzindo 30 hp a 1.300 rpm.[5] Apesar de identificada como "motor em Y" devido a simetria na disposição de seus cilindros, ele funcionava na posição de um "Y" invertido, de forma que os plugues montados na parte superior dos cilindros inferiores, estavam menos de 30° do plano horizontal, e portanto menos sujeitos a contaminação por óleo do que um a 180° em relação à parte de cima do motor. Motores radiais, funcionam de forma mais suave que os menos assimétricos em leque, e eram também mais leves, mas com a baixa potência disponível nos seus três cilindros, eles tinham aplicações limitadas. Eles levaram no entanto, ao desenvolvimento dos motores Anzani radiais de duas carreiras de cilindros, começando com o 6-cilindros radial, dois "Y"s com um cárter comum. No século 21, um Blériot XI restaurado, ostentando o número de série 56 — é considerado o mais antigo avião em condições de voo do ocidente — ele ainda voa nos Estados Unidos com um desses motores radiais em "Y" invertido com os cilindros a 120º.[9] Variantes3-cilindros em leque
3-cilindros radiais em Y invertido
UtilizaçãoSobreviventes
Motores em exibição
Especificações
Referências
Bibliografia
Ligações externas
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